
Poesia

A poesia surge aqui como o primeiro passo de um processo profundo de crescimento pessoal. Através de versos que convidam à introspeção, abre-se um espaço de reflexão que conduz ao fortalecimento do caráter e à transformação interior. É neste percurso que o fundador do Movimento de Motivação e de Auto-Ajuda partilha os seus poemas introspetivos, oferecendo palavras que não apenas revelam a sua própria jornada, mas que inspiram cada leitor a iniciar a sua. Uma viagem literária que se torna, também, um caminho de autodescoberta.

Eu vivo a descer
Eu vivo a descer
E que beleza esta, a descida
Outros sobem, mas eu desço
E na profundidade me reencontro
E que belo é
Poder olhar
De baixo para cima
E não almejar sequer aquilo que todos buscam:
O olhar para baixo
Afinal que vêm eles quando olham para baixo
Quando eles olham apenas vêem coisas minúsculas
Ou quase nada vêem
Mas eu,
oh eu
Quando olho para cima
Te encontro
O meu olhar te vê
Nuno Miguel R. S. Gomes
(Sociólogo e Filósofo)
27/11/2025

O eco dos outros é o meu encontro
No eco dos outros
Ouço-me a mim mesmo
Nas conversas de corredor.
Mantenho o meu silêncio
Para tão somente me guardar.
A minha boca mantém-se cerrada,
Meus lábios não ousam proferir palavras maldizentes.
Dou-te um pequeno sorriso
E ele é tão frágil.
Não quero ser intrusivo,
Apenas quero tocar-te
E despertar o que há de mais belo:
O elogio à ternura.
Há entrega
No gesto puro da entrega.
Nuno Miguel R. S. Gomes
(Sociólogo e Filósofo)
21/11/2025

O confronto com o outro
A tua expressão, nua e crua,
o teu semblante frio,
a maneira ríspida
com que me deixas palavras duras.
Do alto, falas comigo.
E eu cá em baixo, olho-te.
Sim — eu vivo cá em baixo,
e há prazer no chão que habito.
Sou rasteiro,
irmão das formigas,
companheiro dos que são esmagados
apenas por atravessarem o caminho dos outros.
O teu semblante frio, para mim,
é a ternura que te devolvo.
Nuno Miguel R. S. Gomes
(Sociólogo e Filósofo)
21/11/2025