Raciocínio 43/200
Como ter potência criadora - 2 estratégia: O que é um não assunto (parte 1/4)

Motivação para viver, a busca pela felicidade através de um método de esforço cognitivo. O método que usamos é efetuado por etapas graduais. Será o encadeamento destas etapas que nos levará a entender este processo complexo constituído por 200 raciocínios.
Começaremos vários exercícios de motivação. Poderá comentá-los, ou enviar mensagem em privado para o nosso email:
Auto.ajuda.mundo@gmail.com

Iremos gradualmente e por raciocínios adquirir conhecimento motivacional. Sugerimos que comece pela 1° raciocínio para poder perceber o encadeamento dos raciocínios que iremos estabelecer, e faça a leitura ao seu ritmo. Basta em cima selecionar "Raciocínios" e 1/200, e depois por 2/200 e assim por diante.
Vamos fazer aqui um resumo de todos os raciocínios que já abordámos:
1/200 - O início de uma caminhada
2/200 - O problema de atribuir significado a pensamentos que não interessam
3/200 - Não permita que o passado exerça poder sobre si
4/200 - Transcenda as limitações do passado
5/200 - A mente e o poder incrível da imaginação
6/200 - Os rituais do imaginário
7/200 - Preferir a "felicidade" à "depressão"
8/200 - Vamos criar um raciocínio produtivo
9/200 - O problema da crença do poder da atração
10/200 - Escolher a felicidade e recusar a infelicidade (Parte 1)
11/200 - A explicação do nosso "segredo"!
12/200 - O problema da Ataraxia
13/200 - A emoção da tristeza
14/200 - Nós somos responsáveis pela maneira como nos sentimos
15/200 - A lei da fé
16/200 - O que fazer com a inveja
17/200 - Quando está tudo escuro e a luz que brilha está bem longe
18/200 - A Paz Interior o motor da vida (1/3): introdução
19/200 - A Paz Interior o motor da vida (2/3): o poder da recordação
20/200 - A Paz Interior o motor da vida (3/3): A regra do silêncio deixando de ter razão
21/200 - Retirar de nós a auto-piedade, auto-rejeição, auto-depreciação, auto-anulação (parte 1)
22/200 - Auto-acusação e Auto-piedade (parte 2)
23/200 - Esclarecimento sobre os "Autos"
24/200 - Tomar consciência dos pensamentos que temos
25/200 - Preferir a FELICIDADE em vez da infelicidade (Parte 2)
26/200 - Não tenha medo de errar
27/200 - Fortaleça a sua estabilidade interior
28/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 1): Introdução
29/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 2):
Projetar potência criadora numa dedicação integral com todos, da mesma forma e continuamente
30/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 3): ofereça presença
31/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 4): "Acolhimento" - 1ª Dimensão
32/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 5): "Acolhimento" (continuação)
33/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 6): "Apoio" - 2ª dimensão
34/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 7): "Apoio" - 2ª dimensão (continuação)
35/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 8): "Projeção" - 3ª dimensão
36/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 9): "Valorizar" - 4ª dimensão
37/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 10): "Entrar em sintonia" - 5ª dimensão
38/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 11): "ilumine o outro" - 6ª dimensão
39/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 12): "Como definir o Campo de Ação e o Poder de saber o nome" - 7ª dimensão
40/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 13): "Altere o seu olhar" - 8ª dimensão

41/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 14): "dar espaço ao outro" - 9ª dimensão
42/200 - Como ter potência criadora - 1 estratégia: IVA (imposto de valor acrescentado)

Hoje chegamos ao nosso 43° Raciocínio, e finalmente após as 9 dimensões que abordámos vamos analisar 5 estratégias, sendo a segunda delas aquilo a que chamamos de "não assunto".(1)

Como ter potência criadora - 2ª estratégia: O que é um não assunto (parte 1/4). Esta será a primeira parte de 4 lições sobre este tema.(2)

No campo dos relacionamentos, um não assunto nasce quando acontece algo que virou discussão(3), quando surge um conflito de palavras.(4)

Esse conflito ou essa troca de palavras menos agradável pode estimular-nos a uma prática muito importante, a torná-lo num assunto(5) e nós queremos convertê-lo num não assunto.(6)

Escolhemos por isso não dar palco(7), não alimentar aquilo que aconteceu.(8)

Só que o não assunto não é ausência(9). Ele existe dentro(10), como uma pulsação que grita por dentro(11), um nó que pede justiça(12), reconhecimento(13), reparação(14). E na verdade muitas das vezes deixa aquele sentimento de indignação que fica a roer dentro de nós.(15)

O desafio está em perceber que transformar em não assunto não é reprimir(16), é apenas deslocar a atenção(17). É escolher não entregar poder ao conflito.(18)

Mas há um risco: se o não assunto for apenas um silêncio imposto(19), um esforço violento de não pensar(20), ele corrói por dentro.(21)

Se for um gesto consciente(22), quase artístico(23), de dizer isto não me governa(24), então é libertação(25). E nós queremos desenvolver esta ARTE.(26)

Não podemos ser governados por não assuntos.(27)

No amor o não assunto é a arte de poupar espaço vital para o que importa.(28)

Então, um não assunto é aquilo que decidimos não gastar o nosso tempo vital(29) a ruminar.(30)

O tempo que temos é precioso para ser consumido por ressentimentos(31) ou por histórias de conflitos.(32)
- Nós não partilhamos conflitos(33)
- Não partilhamos indignações(34)

Enquanto a outra parte pode andar a contar a "x" e a "y"(35), a espalhar versões(36), a alimentar o fogo(37), nós fazemos a escolha oposta(38): não dar sequer palco dentro de nós.(39)

Não assunto significa não levar para conversas paralelas(40), não transformar em narrativa(41), não multiplicar a dor.(42)

É quase como fechar a torneira que podia inundar a casa(43). Se não há fluxo(44), não há enchente.(45)

E mais fundo ainda: não assunto também é não ocupar o coração com o peso de querer justiça a toda a hora.(46)

É perceber que o valor da nossa vida não está em equilibrar balanças(47), mas em proteger o espaço interior(48) onde podemos respirar(49) [iremos abordar isto noutro raciocínio. Temos que obrigatoriamente retirar de nós esta necessidade estúpida de querer equilibrar a balança na nossa vida - queremos mostrar um outro caminho: ter a balança desequilibrada é o melhor caminho](50). Nós queremos respirar(51). E não queremos respirar um ar poluído(52). E por isso, temos de retirar de nós todos os pensamentos que podem alimentar o não assunto.(53)

É uma escolha radical(54) de economia emocional(55): não investir atenção(56), não gastar energia(57), não arrastar o conflito pela vida.(58)

No domínio dos pensamentos, o não assunto é um treino de contenção silenciosa(59). Não basta decidir não falar(60), é dentro da cabeça que o conflito insiste em reclamar espaço.(61)

O que acontece dentro da nossa mente, após um conflito:
- as imagens voltam(62), 
- as frases que gostaríamos de ter dito(63),
- as respostas que inventamos depois,(64)
- tudo ronda a nossa mente.(65)

E aí acontece o verdadeiro exercício(66): observar o pensamento sem lhe dar chão.(67)


O pensamento chega com indignação(68), mas pode ser recebido como quem ouve um eco e deixa-o perder-se na distância.(69)

Não assunto, então, é também um gesto de desinvestimento interno.(70)

Se dermos energia ao conflito em pensamento(71), ele cresce como erva daninha(71). Se não o regarmos, começa a secar.(72)

Não é lutar contra o pensamento(73), porque isso ainda é dar-lhe palco(74), é simplesmente não entrar no diálogo com ele(75). E posso dizer que isto é um processo muito difícil.(76) 

Quando existe um conflito, a mente está sempre a remoer o assunto(77). A pessoa envolvida no conflito que tivemos vem sempre à nossa mente(78) e temos de ter estratégias(79) para deixar de pensar nisso(80). Isso corrói por dentro(81) e não lhe podemos dar palco.(82)

O não assunto, no campo mental, é escolher não gastar o filme da nossa vida a repisar cenas que não queremos rever.(83)

É recusar transformar a mente numa sala de tribunal(84) em loop.(85)

Como deixar de pensar num não assunto:(86)
O primeiro passo é exatamente não contar aos outros(87). Porque cada vez que partilhamos, estamos a dar nova vida ao conflito(88), a refrescar a ferida.(89)

A partilha é desnecessária(90), alimenta o enredo que queremos que deixe de existir.(91)

Depois vem o segundo movimento: não repetir dentro da mente(92). Quando a cena volta, não é preciso lutar(93), mas também não é preciso acolher.(94)

É como ver alguém bater à porta e escolher não abrir(95). O pensamento insiste(96), mas nós não oferecemos chá nem cadeira(97). O pensamento simplesmente não é convidado a sentar nem a fazer sala.(98)

Um terceiro ponto: substituir o pensamento por outro tipo de pensamento(99). Em vez de pensar no que nos indignou(100), deslocar o foco para outra coisa que tenha valor real.(101)

Um gesto de ternura, uma tarefa simples, uma criação.(102)
Não é fuga, é direção.(103)

E nós aqui precisamos dirigir o nosso pensamento para outra coisa qualquer(104), menos o conflito(105), menos pensar na pessoa do conflito.(106)

E há ainda aqui um quarto passo: aceitar que o pensamento pode regressar(107). Não assunto não significa nunca mais lembrar(108). Significa não promover a lembrança ao nível de preocupação(109). Ele pode passar pela mente como nuvem(110), não precisa de se transformar em tempestade.(111)

A estratégia aqui é não dar lugar a este tipo de pensamentos.(112)

Quando saímos do conflito, de imediato começar a pensar noutra coisa.(113)

Após um conflito o que fazer quando chegamos a casa?(114)
Quando chegarmos a casa não vamos falar sobre um não assunto(115). Em casa só vamos falar de coisas boas que aconteceram.(115)

Não vamos dar palco a não assuntos.(116)

Um não assunto morre quando não encontra palco, nem fora nem dentro.(117)

A decisão começa logo no instante em que o conflito acaba(118): não deixar o pensamento agarrar-se.(119)
Se a mente tenta puxar-nos de volta(120), mudamos imediatamente o foco(121), como quem troca de estação de rádio sem demora(122). Estamos a sintonizar o rádio, surge ruído, sintonizamos para outro lado(123). O ruído perturba.(124)

Esse desvio imediato é fundamental(125), porque é no primeiro momento que a semente ou germina ou seca.(126)

Chego a casa, a regra é clara: não trazer o não assunto para dentro(127). O lar não é tribunal(128) nem sala de autópsia de conflitos(129). É lugar de repouso(130). Lá só se fala das coisas boas que aconteceram(131), dos detalhes pequenos que iluminam o dia.(132)

Assim o espaço íntimo fica protegido(133) e não se torna depósito de ressentimentos.(134)

Não dar palco significa mais do que não falar sobre isso(135), significa não conceder dignidade de espetáculo ao que não merece.(136)

Cada vez que pensamos, contamos ou revivemos, é como se déssemos um microfone ao conflito.(137)

A estratégia é cortar a luz(138), encerrar a cortina(139), deixar o palco vazio.(140)
E nesse vazio não nasce silêncio pesado(141), mas espaço fértil(142): para rir, para criar, para amar.(143)

A Estratégia da troca (144)
Porque cada não assunto que deixamos morrer(145) abre um território de presença para o que é realmente vital.(146)
Isso dá-nos um treino belo para a nossa relação amorosa(147), transformar muitos não assuntos em risos, em brincadeira, em outras coisas, tudo menos falar em algo que não tem lugar.(148)

O não assunto é um treino de beleza dentro da relação(149), quase como uma disciplina amorosa secreta(150). Em vez de deixar o conflito agarrar-se(151), fazemos dele matéria para leveza, riso, brincadeira, cumplicidade.(152)

É como se cada vez que a mente tentasse puxar o peso(153), nós respondêssemos com uma dança(154), transformamos o impulso de indignação numa piada interna(155), numa graça partilhada(156), numa invenção de ternura.(157)

A ideia é não pensar(158), nem falar sobre não assuntos(159). Deste modo ao convertermos(160) assuntos em não assuntos(161), sempre que vierem à mente, podemos transformar o impulso da indignação em outra coisa qualquer menos no não assunto(162). Então posso em casa ir ver um filme, comer umas pipocas, ir jantar fora, tudo menos falar no não assunto.(163)

Ao convertermos assuntos em não assuntos, não lhes damos mais palco(164), não lhes damos mais destaque(165). Simplesmente não vamos falar nada em casa(166) e mudamos o foco para aquilo que verdadeiramente é importante(167): a minha relação amorosa, o amor dentro de casa, a ternura, a partilha, a intimidade.(168)

Fertilizante para a intimidade (169)
O não assunto deixa de ser um vazio duro(170) e passa a ser um fertilizante para a intimidade(171). Estou em casa, o não assunto vem à minha mente(172) e eu vou utilizar esse não assunto como fertilizante para outra coisa qualquer(173), menos falar do não assunto(174). O não assunto passa então a ser um fertilizante para a criação(175), para rir de outra coisa qualquer(176). Para investir em ternura dentro da minha relação.(177)

Este treino(178) cria um reflexo no corpo da relação(179), em vez de gastarmos energia a provar pontos(180) ou a repetir cenas(181), aprendemos a reciclar(182) o que seria veneno em alimento(183). Reciclamos pensamentos venenosos em coisas que nos façam rir.(184)

O que poderia corroer(185), abre espaço para criar juntos novos gestos(186). E aqui há uma Arte secreta.(187)

E assim, pouco a pouco, vamos construindo um pacto secreto(188): nesta casa, neste amor, não se alimentam não assuntos.(189)

Aqui, o que não merece palco(190) vira riso, jogo, invenção(191), tudo menos prisão.(192)

Transforme dentro de si um não assunto num riso, numa ternura deixando de pensar nisso e voltando-se para outra coisa.(193)

Vamos falar de um não assunto?(194)
Não obrigado!(195)

Nuno Miguel R. S. Gomes
(Sociólogo e Filósofo)

Fale comigo, questione: Auto.ajuda.mundo@gmail.com
Site oficial: Motivação Auto-Ajuda em Portugal e no Mundo
Grupo do Facebook | Página do Facebook | Whatsapp privado | Youtube | LinkedIn Oficial

Voltar ao Raciocínio 42, prosseguir para o Raciocínio 44

Crie o seu site grátis!