Telómeros
Como prolongar o fio da vida e o que está a ser feito em Portugal


Os telómeros são como pequenas capas protetoras que vivem nas extremidades dos cromossomas.
Imagine-os como aquelas pontinhas de plástico nos atacadores dos sapatos, que impedem que a ponta se desfie.
Com o tempo, cada vez que uma célula se divide, esses telómeros vão encurtando.
Quando ficam demasiado curtos, a célula já não consegue dividir-se bem e entra num estado de senescência, como se ficasse numa espécie de espera sem utilidade ou então morre.
É por isso que os telómeros são tão associados ao envelhecimento.
Quanto mais longos eles se mantêm, maior a capacidade de renovação celular, e isso relaciona-se com saúde e longevidade.
Elizabeth Blackburn, Carol Greider e Jack Szostak pesquisaram os telómeros e descobriram que a enzima telomerase pode proteger os cromossomas do envelhecimento, pode fazer com que eles regenerem e assim prolongar a vida dos cromossomas.
Esta enzima ajuda a impedir o encolhimento dos telómeros com a divisão celular, ajudando a juventude biológica das células.
O estudo dos telómeros está muito associado à potencial cura das doenças.
1) Maria Blasco é diretora do Grupo de telómeros e telomerasa do Centro Nacional de Pesquisas Oncológicas da Espanha.
2) Um estudo publicado em Journal of Mind and Medical Sciences em 2024 demonstrou que, em adultos obesos portugueses, os telómeros se encontram mais curtos em comparação com outros indivíduos.
3) Telomere & Genome Stability Lab – Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), em Oeiras. Este laboratório, liderado por Miguel Godinho Ferreira, investiga os mecanismos de proteção dos telómeros e o impacto do seu comprometimento, tanto ao nível celular como do organismo.
4) Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM), em Lisboa. O iMM tem desenvolvido investigações relevantes sobre os mecanismos moleculares da instabilidade telomérica.
Mas onde estão os cromossomas?
Os cromossomas vivem dentro do núcleo das células. É como se fossem bibliotecas minúsculas que guardam os livros de instruções de todo o corpo.
Dentro de cada célula do nosso corpo (com exceção de algumas, como os glóbulos vermelhos maduros), no centro há um núcleo.
E dentro desse núcleo estão os 46 cromossomas (23 pares) enroladinhos de forma super organizada.
Cada cromossoma é feito de DNA enrolado em proteínas chamadas histonas, e nas extremidades deles é que estão os telómeros, essas pontas protetoras.
Se olhassemos ao microscópio, veriamos os cromossomas como pequenos "X" (especialmente quando a célula se prepara para se dividir).
E em cada bracinho desse "X" há um telómero no fim, como se fosse o tampão que impede a fita de DNA de se desfiar.
Mas aqui entra o lado em que nós podemos fazer algo
Os telómeros não estão à mercê do relógio biológico.
O estilo de vida influencia muito. Há evidências de que alimentação rica em frutas e vegetais, prática regular de exercício físico moderado, gestão do stress e até vínculos afetivos podem ajudar a preservar o comprimento dos telómeros.
Há estudos que mostram que práticas de meditação e redução de stress têm impacto mensurável nessa proteção.
Já a enzima telomerase é como uma pequena guardiã que consegue alongar os telómeros.
Se quisermos pensar numa perspetiva de ajudar as pessoas a viver mais tempo, a chave pode não ser só encontrar formas de estimular telomerase, mas criar condições para que o encurtamento dos telómeros aconteça devagarinho, como quem cuida de uma vela para que arda com calma e serenidade.
O que cada pessoa pode fazer para proteger os telómeros:
1] Alimentação
• Comer muitas frutas, legumes e verduras variadas — quanto mais cores no prato, melhor.
• Usar gorduras boas: azeite, abacate, frutos secos, sementes.
• Preferir proteínas de qualidade, como leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico).
• Reduzir açúcar refinado e alimentos ultraprocessados que inflamam o corpo.
Na minha casa por exemplo não existe açúcar. Quando quero fazer um bolo, uso duas mangas, ou outra fruta muito doce.
2] Movimento
• Exercício regular, mas sem exageros: caminhar, nadar, andar de bicicleta, fazer yoga.
• Treino de força moderado também protege porque mantém músculos e metabolismo ativos.
3] Gestão do stress
• Respirar fundo, praticar meditação, ou simplesmente ter momentos de silêncio.
• Dormir bem, com rotinas de sono que respeitem o corpo.
• Evitar sobrecarga contínua — pequenas pausas ao longo do dia ajudam muito.
4] Relações humanas
• Cultivar laços afetivos fortes: família, amigos, comunidade.
• O sentimento de pertença e apoio social está ligado a telómeros mais longos.
Por isso a existência do nosso site oficial de Auto-Ajuda e Motivação como experimento social para ajudar na forma como nos relacionamos com os outros e que transformações precisamos fazer dentro de nós mesmos: https://www.auto-ajuda-mundo.pt
5] Estilo de vida geral
• Não fumar e limitar consumo de álcool.
• Estar em contacto com a natureza: sol moderado, ar livre, pés na terra.
• Cuidar da curiosidade, manter a mente ativa e aprender coisas novas.
6] Pequenos gestos diários
• Rir mais: o riso reduz stress oxidativo.
• Agradecer: práticas de gratidão mostram efeitos fisiológicos positivos.
• Dar e receber carinho: toque, abraço, afeto têm impacto real nos marcadores de saúde celular.
Cada pessoa pode ver os telómeros como um espelho: quanto mais serenidade, nutrição e vínculo colocamos na vida, mais eles se mantêm firmes.
Não há comprimido mágico, mas há uma forma de viver que alimenta o corpo e a alma ao mesmo tempo.