Raciocínio 33/200
Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 6): "Apoio" - 2ª dimensão

Portanto, a primeira dimensão - o acolhimento. Hoje vamos ver outra forma também muito importante para oferecermos presença(17). 

A segunda dimensão - apoio. Todas as pessoas precisam sentir apoio naquilo que fazem. E esta é outra forma de nos projetarmos(18).

Quando não apoiamos, os outros estão como que sozinhos. O apoio transmite segurança, significa que "estamos juntos".(19)

Agora, temos de reprogramar o conceito de "continuamente" que já abordámos no Raciocínio 29. Quando dissemos que a potência criadora precisa ser projetada nos outros, em todos os outros, ou seja, todas as pessoas sem exceção, isso tem de ser feito da mesma forma e continuamente. Deste modo quando damos apoio, fazemo-lo continuamente.(20)

Quando damos apoio a todas as pessoas construímos nelas um patamar de segurança. São gestos de atenção, são detalhes que validam a outra pessoa(21).

E o apoio, ou, gestos de atenção podem manifestar-se através:(22)
- olhar, escuta, presença sem pressa, sinais de cuidado
- não é ocasional, mas é repetido, é quase um ritual
- cada gesto diz:
     "o que fazes importa"
     "estás seguro para experimentar, errar e aprender"
     "não te vou julgar, estás livre"
- vamos suavizar o caminho dos outros

Ainda introduzimos um outro conceito nesta 2ª dimensão de "apoio, ou gestos de atenção", que é a noção de "chão emocional"(23). Oferecemos apoio, espaço para que o outro cresça sem medo de julgamento. É como se cada pequeno gesto fosse um tijolo na construção de um patamar de segurança, que se fortalece com o tempo e com a repetição.(24)

Sem a repetição destes gestos de apoio, poderão surgir sentimentos profundos de incompetência, de insucesso, de insegurança(25). Mas vamos explicar.

Sabemos que por exemplo a "negligência" da família faz com que a pessoa perca a motivação, e a pessoa fica com um sentimento profundo de estar inapta (atenção: situação que se ultrapassa).(26)

Por vezes não termos tido um pai presente na nossa infância, ou a falta de uma mãe poderá tornar-nos "inaptos"(27) (voltamos a repetir que são situações que se ultrapassam). Falaremos disso em raciocínios posteriores.(28)

Para muitos isto que acabámos de dizer é a sua justificação para esta falta de força(29).

Isto será algo que falaremos noutra altura quando explicarmos que você não tem de se minimizar por causa daquilo que os seus pais não lhe deram. Eles fizeram o que puderam.(30)

Já falámos um pouco sobre isto. Repare que é sempre muito mais fácil culpar os nossos pais e ser vítimas até ao fim dos nossos dias e isso não nos tira do nosso pântano.(31)

Para a nossa libertação é imperativo que compreendamos que os nossos pais fizeram o melhor que podiam à luz do discernimento, consciência e conhecimentos que possuíam.(32)

Sobre isto teremos que voltar a falar mas não agora. Iremos precisar de tratar a forma como pensa dos seus pais, e como age com a sua família, mas não o faremos agora.(33)

Todas as pessoas precisam de apoio, todos precisam de gestos contínuos de atenção.(34)

Esta falta de atenção que pode não ter sido estabelecida pelos nossos pais, pode trazer até nós um sentimento profundo de insegurança.(35)

Nós iremos tratar disso, mas não agora. Aqui apenas estabelecemos esta noção de insegurança associada a uma falta no passado.(36)

Quando crescemos com esta falta de apoio constante provocado pelos nossos pais, crescemos assim com esta falta(37). Reforçamos que isto não é justificação para não darmos o salto.(38)

Hoje somos pessoas instruídas, e através do conhecimento(39) e de estratégias(40) podemos tudo, podemos ser fazedores de história(41) independentemente do nosso passado(42) e das faltas que houveram(43), e isto acontecerá quando o nosso passado tiver resolvido.(44)

Em todos os raciocínios anteriores sempre dissemos que iremos tratar do seu passado, mas não agora.(45)

Repare que tudo é um processo longo e por isso simplificámos os raciocínios para devagar tratarmos do seu interior(46). Mas obrigatoriamente teremos de falar sobre isto, mas não o podemos fazer agora.(47)

Gostaríamos que pensasse que simplesmente é como um livro que estamos a ler(48). Se fôssemos ler os últimos capítulos de um livro que começámos a ler, não iríamos perceber nada, porque ao chegarmos aos últimos capítulos não conseguimos reconhecer as personagens e o seu enredo, porque simplesmente faltam-nos os capítulos iniciais.(49)

As personagens desse livro para nós são apenas termos, conceitos, ideias que vamos lentamente introduzindo para alterar o seu comportamento.(50)

Já antes dissemos por exemplo que problemas com a chefia no trabalho tratam-se com quem?
Com a chefia!(51) Não se contam os problemas aos colegas(52). Saímos desta forma de viver os conflitos de maneira errada(53), para os enfrentarmos um a um de cabeça erguida(54), com amor próprio(55), sem termos de contar aos colegas(56). Mas também este caso trataremos bem mais para a frente porque problemas com chefias e colegas são também situações complexas(57).

Portanto o apoio e os gestos de atenção têm de ser projetados nos outros de forma contínua.(58)

Em famílias estruturadas, a criança cresce de forma saudável, porque repetidamente recebe apoio, atenção dos seus pais, e cresce normalmente num ambiente de segurança, onde o apoio que recebe a capacitará no futuro(59).

Por isso é que em famílias "disfuncionais" as crianças tornam-se rebeldes, antissociais, apenas para chamarem à atenção(60). 

Mas a pessoa encontra a "cura" para adquirir potência criadora, através do conhecimento(61) e de estratégias que pode desenvolver para esse efeito(62).

Nós somos de facto o resultado do passado(63). Mas somos muito mais do que isso(64). Nós somos o presente e neste momento presente com novos hábitos, novos skills, podemos alterar por completo o nosso presente e consequentemente o nosso futuro.(65)

Já se inscreveu no ginásio?(66) Faça-o por muito que não o entenda(67). Já fez uma aula de zumba?(68) Inscreva-se mesmo que não goste e adquira outras formas de estar.(69)

Nos dois raciocínios anteriores falámos em "acolhimento" a todos por igual(70). Recebemos potência criadora quando simplesmente acolhemos os outros(71) independentemente se nos acolhem ou não(72). Não estamos se quer interessados em ser acolhidos(73), mas interessa-nos acolher(74). Projetamos assim nos outros, o acolhimento(75). E na verdade recebemos potência criadora quando acolhemos (1ª dimensão)(76). Não escolhemos pessoas para acolher, acolhemos a todas as pessoas, e não apenas algumas pessoas(77). Ainda que numa primeira fase [porque nos falta o treino] poderemos ir fazendo as nossas experiências de acolhimento com uma pessoa e mais tarde com outra, até o conseguirmos fazer com todas as pessoas(78).

Quando acolhemos todos os outros e não excluindo ninguém evitamos receber "energia negativa" de quem não acolhemos.(79)

Atenção que esta "energia negativa" não tem nada haver com as energias de que muitas filosofias falam(80), mas referimos apenas que se acolhemos a todas as pessoas, logo não ficam mal entendidos no ar(81), tratamos a todos por igual, com amor, com carinho com dedicação, amamos a todos, a todos acolhemos e damos o  nosso acolhimento (1ª dimensão) e o nosso apoio e gestos de atenção (2ª dimensão) a todos.(82)

Quando dizemos energias negativas apenas queremos referir a algum mal entendido que fique no ar quando não tratamos de igual modo a todas as pessoas.(83)

O nosso objetivo é criar um ambiente saudável(84), com estabilidade emocional para todas as pessoas(85), num clima de puro "acolhimento" (1ª dimensão) e agora incluímos mais uma das formas de oferecer presença, que é "dar apoio e gestos de atenção" (2ª dimensão).(86)

Agora estamos a ver a segunda das 9 dimensões que precisa ser projetada nos outros(87), para obtermos potência criadora(88), e estamos a falar do "apoio ou gestos de atenção"(89).

Na medida que nos projetamos nos outros(90), desenvolvemos a nós mesmos(91), e isto é simples de explicar - a reação de cada uma das pessoas será emocionalmente positiva para consigo.(92)

As pessoas à sua volta vão sentir-se "acolhidas" (1ª dimensão) e vão sentir-se "apoiadas" (2ª dimensão).(93)

Quando "apoiamos", não negamos apoio, não deixamos de fazer gestos de atenção. Consegue ver a diferença que isso faz nas relações interpessoais?(94)

Em vez de não apoiarmos algumas pessoas, você vai criar um ambiente de acolhimento e de apoio com todas as pessoas.(95)

- o que acha que está a fazer?(96)

Já reparou que coisas boas vão começar a acontecer(97), e você vai começar a nutrir emoções favoráveis dos outros para consigo(98). Você mesmo vai sentir uma "energia" que vai vir até si de forma redobrada.(99)

Isto é um dos maiores segredos.(100)

Se você está habituado a entrar no seu local de trabalho com uma cara carrancuda, que emoções vai obter?(101) Se entrar com cara carrancuda, ninguém lhe pode dizer nada, consegue ver o que isto produz?(102)

Como tudo pode ser diferente, se entrar no seu local de trabalho com um sorriso de "acolhimento" e se estiver disponível para dar "apoio e gestos contínuos de atenção" aos outros.(103)

Tudo será diferente, e pode ter a certeza que vai provocar emoções positivas nos outros, como dos outros vai obter essas emoções de forma redobrada.(104)

Neste caso concreto recebe uma "energia" redobrada, porque pratica o acolhimento e o dar apoio e gestos de atenção de forma contínua.(105)

A terapia do dar apoio e dar gestos de atenção nos outros. Mas em que consiste esta terapia?

É o que iremos ver no próximo raciocínio.

Exercícios do Raciocínio 33/200
Envie a pergunta e resposta para o nosso email: Auto.ajuda.mundo@gmail.com

33.1. Explique de que modo provocaremos um choque brutal e abrupto através da forma como nos projetamos [33:1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11]
33.2. Defina os conceitos [33:12]
33.3. Defina as 5 diretrizes da potência criadora [33:13]
33.4. Defina a amplitude de oferecer presença [33:14]
33.5. Defina a primeira dimensão [33:15,16]
33.6. Qual a segunda dimensão? [33:18]
33.7. De que modo podemos transmitir um sentimento de segurança? [33:19,21,23,24,25,35,36,37]
33.8. Defina com maior profundidade o conceito de continuidade [33:20]
33.9. Como podemos manifestar apoio ou gestos de atenção? [33:22]
33.10. De que modo a falta de apoio familiar pode trazer sentimentos de inaptidão? [33:26,27,59,60]
33.11. Será a falta de apoio da família a razão para ficarmos inaptos? [33:26,28,29,30,31,32,33,38]
33.12. Então e o passado, altera o meu presente? [33:39,40,41,42,43,44,45,62,63,64,65]
33.13. De que modo é que fazemos a comparação do nosso processo com um livro? [33:48,49,50]
33.14. Problemas com a chefia no local de trabalho tratam-se com quem e com quem não se tratam? [33:51,52,53,54,55,56,57]
33.15. Viver conflitos de forma errada o que estará aqui subjacente? [33:52,53,54,55]
33.16. De que modo a inscrição num ginásio poderá fazer diferença? [33:61,62,65,66,67,68,69]
33.17. O que significa fazer experiências de acolhimento? Ou melhor, o que é treinar neste âmbito? [33:70,71,72,73,74,75,76,77,78]
33.18. Defina o conceito de "energia negativa" [33:79,80,81,82,83,84,85,86]
33.19. Afinal que resultados vamos obter quando nos projetamos nos outros? [33:87,88,89,90,91,92,93,94,95,96,97,98,99,100,101,102,103,104,105]

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