
Raciocínio 45/200
Como ter potência criadora - 2 estratégia: O que é um não assunto (continuação): A dificuldade de tornar um assunto em não assunto (parte 3/4)
Motivação para viver, a busca pela felicidade através de um método de esforço cognitivo. O método que usamos é efetuado por etapas graduais. Será o encadeamento destas etapas que nos levará a entender este processo complexo constituído por 200 raciocínios.
Começaremos vários exercícios de motivação. Poderá comentá-los, ou enviar mensagem em privado para o nosso email: Auto.ajuda.mundo@gmail.com
Iremos gradualmente e por raciocínios adquirir conhecimento motivacional. Sugerimos que comece pela 1° raciocínio para poder perceber o encadeamento dos raciocínios que iremos estabelecer, e faça a leitura ao seu ritmo. Basta em cima selecionar "Raciocínios" e 1/200, e depois por 2/200 e assim por diante.
Vamos fazer aqui um resumo de todos os raciocínios que já abordámos:
1/200 - O início de uma caminhada
2/200 - O problema de atribuir significado a pensamentos que não interessam
3/200 - Não permita que o passado exerça poder sobre si
4/200 - Transcenda as limitações do passado
5/200 - A mente e o poder incrível da imaginação
6/200 - Os rituais do imaginário
7/200 - Preferir a "felicidade" à "depressão"
8/200 - Vamos criar um raciocínio produtivo
9/200 - O problema da crença do poder da atração
10/200 - Escolher a felicidade e recusar a infelicidade (Parte 1)
11/200 - A explicação do nosso "segredo"!
12/200 - O problema da Ataraxia
13/200 - A emoção da tristeza
14/200 - Nós somos responsáveis pela maneira como nos sentimos
15/200 - A lei da fé
16/200 - O que fazer com a inveja
17/200 - Quando está tudo escuro e a luz que brilha está bem longe
18/200 - A Paz Interior o motor da vida (1/3): introdução
19/200 - A Paz Interior o motor da vida (2/3): o poder da recordação
20/200 - A Paz Interior o motor da vida (3/3): A regra do silêncio deixando de ter razão
21/200 - Retirar de nós a auto-piedade, auto-rejeição, auto-depreciação, auto-anulação (parte 1)
22/200 - Auto-acusação e Auto-piedade (parte 2)
23/200 - Esclarecimento sobre os "Autos"
24/200 - Tomar consciência dos pensamentos que temos
25/200 - Preferir a FELICIDADE em vez da infelicidade (Parte 2)
26/200 - Não tenha medo de errar
27/200 - Fortaleça a sua estabilidade interior
28/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 1): Introdução
29/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 2): Projetar potência criadora numa dedicação integral com todos, da mesma forma e continuamente
30/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 3): ofereça presença
31/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 4): "Acolhimento" - 1ª Dimensão
32/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 5): "Acolhimento" (continuação)
33/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 6): "Apoio" - 2ª dimensão
34/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 7): "Apoio" - 2ª dimensão (continuação)
35/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 8): "Projeção" - 3ª dimensão
36/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 9): "Valorizar" - 4ª dimensão
37/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 10): "Entrar em sintonia" - 5ª dimensão
38/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 11): "ilumine o outro" - 6ª dimensão
39/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 12): "Como definir o Campo de Ação e o Poder de saber o nome" - 7ª dimensão
40/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 13): "Altere o seu olhar" - 8ª dimensão
41/200 - Como ter potência criadora - 5 estratégias (Parte 14): "dar espaço ao outro" - 9ª dimensão
42/200 - Como ter potência criadora - 1 estratégia: IVA (imposto de valor acrescentado)
43/200 - Como ter potência criadora - 2 estratégia: O que é um não assunto (parte 1/4)
44/200 - Como ter potência criadora - 2 estratégia: O que é um não assunto (continuação): Um segredo que revelamos - A criação das redes de pequenas maledicências no trabalho (parte 2/4)
Hoje vamos analisar o nosso Raciocínio Raciocínio 45/200 - Como ter potência criadora - 2 estratégia: O que é um não assunto (continuação): A dificuldade de tornar um assunto em não assunto (parte 3/4).
Este tema é bastante difícil na prática(1). Há uma dificuldade na sua execução(2). E isto porque após um conflito, existem emoções com que temos de lidar.(3)
Após um conflito que tenha acontecido connosco, várias emoções precisam ser adestradas(4): a indignação(5), a vontade de fazer justiça(6) e não só(7).
A dificuldade toca num ponto delicado, as emoções que ficam depois de um conflito(8). É como se tivéssemos a intenção clara de não alimentar a erva daninha(9), mas no instante do conflito há o calor(10), o sangue a ferver(11), a indignação a gritar justiça dentro de nós.(12)
E o treino já não é apenas intelectual(13), é corporal(14), emocional.(15)
A indignação quer palco(16). Quer recontar(17), dramatizar(18), ter testemunhas.(19)
Há um desejo enorme dentro de nós de querer fazer justiça(20), de querer contar aos colegas o que ela me fez, o que ele me fez(21).
Este momento é fundamental para revertermos(22) essas emoções(23). E tudo começa nos pensamentos(24).
Como deixar de pensar naquilo que aconteceu?(25)
O treino é como adestrar um cavalo selvagem(26): não o matar(27), não o libertar em corrida desgovernada(28), mas aprender a estar com ele até que amanse.(29)
Imagine que este cavalo selvagem são as suas emoções ao rubro após o conflito.(30)
- Não podemos matar o cavalo(31)
- Não podemos ignorar o cavalo(32)
Temos apenas de amansar o cavalo.(33)
E aqui entra o paradoxo(34), o não assunto não se constrói apenas pela omissão exterior(35), mas também pelo cultivo de uma intimidade emocional.(36)
Se eu consigo acolher(37) a minha indignação em silêncio fértil(38), sem lhe dar palco fora de mim(39), ela própria vai secando(40), deixando o corpo leve.(41)
Então como acolher as emoções sem as transformar em narrativa?(42)
Um treino de cuidado íntimo, para que a indignação não vire assunto?(43)
É aqui que tudo ganha densidade(44) porque já não estamos só a falar de não repetir aos outros o que aconteceu(45) mas de lidar com o que ferve dentro de nós.(46)
É aqui que se dá a mudança mais poderosa, o dentro de nós.(47)
O não assunto morre no nosso silêncio(48), em não darmos palco aquilo que aconteceu(49), não partilhando com ninguém.(50)
Mas para isso, primeiro temos de aprender a atravessar o incêndio(51) que as emoções acendem dentro de nós.(52)
Primeiro
Não vamos negar as emoções(53). A indignação, a raiva ou a vontade de justiça estão a latejar(54). Fingir que não existem só as empurra para subterrâneos onde depois crescem deformadas.(55)
Reconhecer é dar-lhes nome dentro de nós sem lhes dar microfone.(56)
O nosso corpo guarda a faísca do conflito(57). Um coração acelerado, um aperto no peito, os músculos tensos(58). A prática pode ser tão simples como parar e respirar fundo(59), deixar o corpo lembrar que existe um espaço maior do que a emoção.(60)
Tudo isto é muito difícil de executar(61). Mas não se preocupe que os Raciocínios vão abranger esta temática exaustivamente.(62)
Em vez de transformar a indignação em história para contar(63), deixá-la sair sem lhe dar palco(64), sem transformar isso em memória partilhada.(65)
Todos estes passos são difíceis.(66)
Para além do desejo enorme de querer partilhar o que me aconteceu(67), ter de lidar com as emoções(68) e os pensamentos que estão dentro de nós(69) é uma tarefa muito difícil.(70)
Segundo
Redirecionar o foco(71). A mente quer voltar ao episódio(72), ruminar, ensaiar diálogos(73). A mente mantem o discurso daquilo que aconteceu(74). O treino é interromper essa ruminação(75) e escolher outra coisa(76): ouvir música, ligar a alguém para falar de outra coisa, fazer um gesto criativo(77). Não é distrair-se à força, é trocar o alimento.(78)
Se não há repetição mental(79), a erva daninha não cresce.(80)
Este processo é muito difícil de executar mas é possível(81). E o mais interessante é precisamente o treino(82), porque ajuda-nos a desenvolver interiormente(83). E temos de começar estes exercícios.(84)
Terceiro
Entenda que não somos contra as emoções(85). A indignação é uma das emoções importantes que nos dá aquele impulso para fazer alguma coisa(86). Precisamos apenas que entenda que no contexto dos conflitos, precisamos acalmar(87), e a ideia é fazer morrer o conflito naquele momento(88), não partilhando com ninguém o que aconteceu.(89)
No fundo, é uma escolha de cuidado(90): eu não deixo a indignação virar assunto porque quero que o espaço em mim seja fértil para outra coisa - ternura, amor, criação.(91)
O que chamamos de intimidade emocional é exatamente isto: acolher sem amplificar(92). Estar com a indignação como se fosse um visitante provisório, sem lhe dar a casa inteira.(93)
É como se fosse uma reconciliação com a própria emoção(94). Porque não se trata de apagar a indignação, nem de a considerar inimiga. Ela existe.(94)
O problema não está nela em si, mas no lugar que lhe damos depois do conflito.(95)
Quando dizemos que não somos contra as emoções, estamos a dar o passo essencial: a ternura começa dentro de nós(96). Se a indignação é acolhida como visitante, não precisa de ser expulsa à força, nem instalada como dona da casa(97). Apenas se reconhece(98), se deixa sentar um pouco(99), e depois ela parte.(100)
No contexto dos conflitos, o cuidado é não deixar que essa força bruta se transforme em narrativa repetida(101), em rumor(102), em raiz que prende.(103)
É esse instante delicado(104) em que escolhemos não contar a ninguém(105), e no silêncio fértil ela perde o seu palco.(106)
Assim, a intimidade emocional aparece como disciplina amorosa(107). Acolher sem amplificar(108), estar com sem dramatizar(109), reconhecer sem dar corpo.(110)
E desse espaço que se abre, o que floresce já não é o peso do conflito(111), mas a leveza do que queremos cultivar: ternura, amor, criação.(112)
Por fim e em quarto lugar(113)
E apenas para tentarmos concluir - o que vamos fazer com os pensamentos?(114)
Após um conflito os pensamentos continuam dentro de nós(115). E não podemos dar-lhes palco.(116)
Porque se a emoção é fogo no corpo(117), o pensamento é a brasa que insiste em manter-se acesa(118).
O conflito já passou, já não está a acontecer fora, mas dentro a mente repete a cena(119), acrescenta falas(120), inventa desforras.(121)
E temos de lidar com os pensamentos(122). O treino está em substituir os pensamentos(123). É aí que o não assunto corre maior risco(124): se não o alimentamos com palavras para os outros(125), podemos acabar a alimentá-lo só para nós(126), e isso também o mantém vivo.(127)
Então o gesto é simples e radical(128): não dar palco aos pensamentos(129). Eles vão surgir(130), porque é natural, mas a prática é não lhes montar palco(131), não lhes acender a fogueira(132) que nos queimará por dentro(133). É vê-los passar como se fossem nuvens(134), aparecem, mas não precisam de ficar.(135)
O treino(136)
Interromper a ruminação(137), quando percebo que estou a repetir mentalmente a cena(138), reconheço e passo para outro pensamento fora do plano do conflito(139) - redirecionar(140), escolher um foco que me nutra(141): uma memória boa, uma música, um gesto criativo(142). Temos obrigatoriamente de redirecionar o nosso foco para fora do conflito.(143)
No fundo, é como regar apenas o que quero que cresça(144). Se rego os pensamentos de conflito, crescem espinhos(145). Se retiro a água, secam.(146)
E aqui a conclusão fica clara:(147)
- o não assunto morre em mim quando não lhe dou corpo na palavra(148), não partilhando com ninguém(149)
- não lhe dou voz na emoção,(150)
- e não lhe dou palco no pensamento.(151)
A palavra ruminação que usamos é propositada porque invoca a imagem de uma vaca a comer(152). Ela rumina.(153). A imagem da vaca a ruminar é poderosa porque mostra bem o que acontece quando se insiste em mastigar de novo aquilo que já não tem mais sabor nem alimento(154). A ruminação é uma espécie de insistência do corpo em retirar algo de um bocado que já foi digerido(155). No caso da mente, é como se ficasse a mastigar sombras.(156)
Quando decidimos não dar corpo, voz nem palco, o não assunto perde o alimento(157). Não há mais pasto para ele se prolongar(158). Ele seca(159). Fica sem ar(160). E aí deixa de ter como crescer dentro de nós.(161)
Não policiamos os outros (162)
Finalizamos apenas com o seguinte. Nós não policiamos os outros(163). Eles sempre irão partilhar intrigas(164), tornar não assuntos em assuntos de corredor.(165). E isso não nos diz nada mesmo(166). O que os outros fazem com a vida deles será um assunto deles(167). Agora o que eu faço com os meus pensamentos(168), como direciono as minhas emoções(169), o que eu falo(170), o meu agir(171) - isso é minha responsabilidade.(172)
E é justamente aí que a nossa conclusão ganha ainda mais força(173), porque a decisão está em nós(174). Os outros podem sempre transformar o nada em ruído(175), podem alimentar-se de corredores e ecos(176), mas isso não obriga o nosso corpo a mastigar o que não nutre.(177)
Se não damos palco dentro de nós(178), o que nasce fora não encontra chão onde crescer.(179)
Vou então tornar um não assunto em assunto para partilhar?(180)
Não obrigado!
Abraço fraterno
Nuno Miguel R. S. Gomes
(Sociólogo e Filósofo)
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